Aprovada pela Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados aprovou a regulamentação do texto base da Reforma Tributária com a inclusão dos carros elétricos no Imposto Seletivo, conhecido como “imposto do pecado”. Esta decisão gerou debates acalorados entre entidades, parlamentares e a sociedade em geral. O projeto agora segue para apreciação do Senado, onde será discutido após o recesso parlamentar em agosto.
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O Imposto Seletivo e Sua Finalidade

O Imposto Seletivo, popularmente denominado “imposto do pecado”, foi criado para desestimular o consumo de produtos considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e veículos poluentes. A ideia é que aqueles que causam mais danos paguem mais impostos. Contudo, a inclusão dos carros elétricos nesta categoria levanta questões sobre a lógica por trás dessa decisão.
A Indústria e os Empregos
Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), argumenta que a inclusão dos carros elétricos no “imposto do pecado” é incoerente. Ele aponta que a indústria automotiva, especialmente a de veículos elétricos, gera emprego e renda, além de contribuir para a redução das emissões de gases poluentes. A ABVE defende a retirada dos veículos elétricos da lista de produtos tributados pelo Imposto Seletivo, uma vez que estes não se enquadram na definição de produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
A Argumentação dos Parlamentares
Alguns parlamentares, como o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), justificam a inclusão dos carros elétricos no Imposto Seletivo argumentando que estes veículos também poluem. Eles destacam que as baterias dos carros elétricos representam um desafio ambiental devido ao descarte e reciclagem. Lopes afirma que “quem poluir mais, paga mais, e quem poluir menos, paga menos”, sugerindo que a tributação será proporcional ao impacto ambiental de cada veículo.
O Contra-Argumento das Entidades
Marcelo Godoy, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), critica duramente a decisão, chamando-a de “anomalia do sistema”. Ele argumenta que as baterias dos veículos elétricos possuem alto valor de reciclagem e que o debate deveria focar em soluções sustentáveis para o descarte, em vez de penalizar uma tecnologia que busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Implicações para o Futuro

A inclusão dos carros elétricos no “imposto do pecado” pode ter sérias implicações para o futuro da mobilidade sustentável no Brasil. A carga tributária adicional pode desestimular a adoção de veículos elétricos, comprometendo os avanços na redução de emissões de gases poluentes e na transição para uma economia de baixo carbono.
Medida gera Controvérsias
A medida aprovada pela Câmara dos Deputados é controversa e suscita debates sobre a verdadeira finalidade do Imposto Seletivo. Enquanto alguns veem a tributação dos carros elétricos como um passo necessário para tratar os desafios ambientais, outros acreditam que isso pode minar os esforços para promover tecnologias mais limpas e sustentáveis. A decisão final do Senado será crucial para definir o rumo da mobilidade elétrica no Brasil e seu impacto no meio ambiente e na economia.